A lenda do guaraná
As tribos de Munducurucânia eram
as mais prósperas dos índios. Venciam todas as guerras, as pescas eram ótimas,
os peixes, os melhores e a doença era rara. Tudo isso por causa de um curumim que,
há alguns anos, nascera naquela tribo.
Ele era o mais protegido de
todos. Nas pescas, era acompanhado por muitos - os pescadores desviavam dos
rios as piranhas, jacarés ou
qualquer outro perigo. Mas, certo dia, toda a segurança foi embora: o Gênio do
Mal apareceu em forma de cascavel e feriu o garoto. A tribo entrou em
lamentação e em desespero.
Tupã,
o Deus dos índios, atendeu a todo aquele lamento e disse:
- Tirem os olhos do curumim e
plantem-no na terra firme, reguem-no com lágrimas durante 4 luas e ali nascerá
a "planta da vida", ela dará força aos jovens e revigorará os velhos.
Os pajés não
duvidaram, arrancaram e plantaram os olhos do curumim e regaram com lágrimas
durante quatro luas.
Nasceu ali uma nova planta,
travessa como as crianças, com hastes escuras e sulcadas como os músculos dos
guerreiros da tribo. E quando ela frutificou, seus frutos de negro azeviche,
envoltos de um arilo branco com duas cápsulas de cor vermelho-vivo. Diziam os
índios:
- É a multiplicação dos olhos do
príncipe!
E o fruto trouxe progresso da
tribo. Ajudou os velhos e deu mais força aos guerreiros.
O guaraná é rico em substancias
funcionais dentre elas a cafeína, a teobromina, a teofilina entre outras.
Alguns efeitos atribuidos ao consumo de guaraná é de que ele é afrodisiaco, tem
ação tonica, é adstringente, febrifugo, diuretico e serve para o cansaço fisico
e mental, etc.
Tupã: Os
indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era
exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante
destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, "o liberador da palavra
original", segundo a tradição mbyá, que é um dialeto da língua
guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais
próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara
Cascudo afirma que
Tupã "é um trabalho de adaptação da catequese". Na verdade o conceito
"Tupã" já existia: não como divindade, mas como conotativo para o som
do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondante), portanto, não
passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas
tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele
diz: "A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha
noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga,
ou "o trovão", cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago.
Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o
sol
Para os indígenas,
antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o
sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por
ele passa.
Origem: wikipedia
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